Quem me conhece (bem) sabe que eu sou doida por
Sexo e a Cidade. Oh pá, adoro mesmo.
Mas sempre houve uma coisa que ao fim de alguns episódios me irritava. Que era a Carrie Bradshaw. A Carrie Bradshaw e as sua neuroses. A sério, todo o santo episódio da segunda temporada lá vinha ela com problemas do Big. Ou era porque ele ainda não tinha deixado de sair com outras mulheres, porque não se comprometia completamente, porque não dava valor à relação (e a ela), porque não lhe dava a chave de casa dele, porque não passava as noites na casa dela, porque estava sempre ocupado, porque não nunca mostrava completamente quem era, porque era ciumenta, porque demorou um ano a dizer
amo-te, e outros nhó nhó nhós que uma pessoa como
eu começa a achar aborrecido (para não falar em obcessivo e no limiar do neurótico e dependente). E isto foi só a segunda temporada! Depois, para o bem deles (e meu), acabaram. Seguiram-se meses de solidão, choro e depressão (o típico) até que ela começou a sair novamente. Claro que ainda existiam dramas (pelo repertónio de homens com quem ela dormiu, era impossivel não haver. até já estive para os contar! i mean, i'm sorry, but how ca somebody have that much sex?) ams muito mais amenizado. E o resto é história. Voltaram. Zangaram-se outra vez, montes de vezes. E depois casaram no filme. Não sem ele a abandonar no altar, no seu lindo
Vivienne Westwood. Mas afinal, eram o amor da vida um do outro (rio-me um bocado com esta expressão, mas é verdade). Tudo isto para dizer: Ela não era assim tão neurótica. Para onde quer que eu olhe, vejo relações onde acontece exactamente o mesmo (mas sem casamento, felizmente, que essa gente ainda é muuuuito nova!). Namorados ciumentos, gente que não se consegue comprometer to save their life, pessoal que não liga puto aos respectivos, casais que se ignoram, pessoas que aturam de tudo, que mantêm uma relação em segredo, enfim, o que é que eu ainda não vi?Agora sim, reconheço que o que os nhó nhó nhós da Carrie tem muita razão em ser assim. E sim, é uma personagem fictional, mas quem nunca viu relações desta que atira a primeira moeda. E admito que também já me vi em algumas destas situações (who hasn't?).
Mas eu continuo a não ter paciência para elas e para as consequentes neuroses. Dia após dia vejo os mesmos episódios e penso "
what the fuck? again?". Talvez seja pelo tipo de pessoa que sou.
E se passa por mim mais alguém que diga "se namorámos? não sei. andámos a comer-nos" é atirado para o lago (e toda a gente sabe que o lago da praça é muito porco!)